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Eu queria aquilo mais do que qualquer pessoa do mundo

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Made by: Bruno da Matta Machado

Sabe o que Caio Castro (ator), Thiaguinho (pagodeiro) e Matthew Perry (o Chandler, de Friends), tem em comum? Os três disseram – cada um da sua forma – essa mesma frase.

Eu explico. Perguntaram para o Caio em um podcast, por que ele acha que foi o escolhido para o primeiro papel dele e não algum outro candidato? A resposta foi: Porque eu queria aquilo mais que todo mundo. Thiago André (o Thiaguinho), conta sua história deixando claro que “eu queria mais que todo mundo, ser grande na música”. Matthew Perry disse o mesmo em seu livro, contando sobre as audiências que fez para o papel em Friends e o tanto que queria ele queria aquilo mais que tudo.

Refletindo sobre isso, na minha vida eu não encontrei muitas coisas que eu realmente senti que eu queria conquistar, mais do que qualquer pessoa no mundo. Me lembrei de uma, com clareza: quando entrei no mundo dos Headhunters, eu queria – mais que qualquer pessoa nesse mundo – me destacar, nessa profissão.

Consegui? Não sei (ainda mais se compararmos ao que os três outros personagens desse texto, atingiram em suas respectivas áreas, lógico. Rsrs). Mas eu não tenho dúvida alguma que, as conquistas da minha carreira, os vários reconhecimentos que já tive – em meio a tantos outros que corriam a mesma corrida, foi porque “eu queria mais que todo mundo”.

Claro que não há dados que comprovem que, de fato, não existia alguém no mundo que queria aquilo mais que eu (ou que o Caio, o TH e o Perry). Mas tenho certeza de que era um querer diferente. Não é aquele querer automático, tipo “quer um café? Quero”, ou o que a gente acha que realmente quer porque é óbvio, tipo: você quer ser rico? Quero! (É claro que quero!).

Mas, quando você sente de verdade que quer aquilo mais que qualquer pessoa do mundo, isso inflama naturalmente sua disposição a fazer um esforço maior do que a maioria das pessoas, você suporta as renúncias, aumenta sua dedicação, tem constância e visão de longo prazo.

Posso querer ganhar uma maratona – e querer de verdade! Mas, se eu sentir na alma que eu quero mais que qualquer pessoa no mundo, eu não farei só minha inscrição, bons treinos e estarei lá no dia. Certamente o fato de “querer mais que todo mundo”, vai me turbinar, me fazer acordar mais cedo, treinar mais, mudar minha alimentação, renunciar prazeres, colocar mais e mais intensidade e – principalmente – fazer isso de uma forma constante, pois saberei que a minha recompensa estará lá na frente.

Pode ser que eu nunca ganhe a maratona, claro. É até bem provável que não. Mas eu não tenho dúvida alguma que terei mais sucesso, mais destaque e melhores resultados que eu teria – e que a maioria terá.

Na minha profissão eu converso diariamente com profissionais que querem algo. Querem crescer na empresa, querem se destacar em sua área, querem a empresa que sonham, querem ganhar muito dinheiro. Mas, raramente eu encontro aqueles que vejo que, claramente, “querem mais que todo mundo”. E isso faz TODA a diferença.

Deixo claro que não estou dizendo que as pessoas mentem e na verdade não querem as coisas. De jeito nenhum! Elas querem de verdade, gostariam muito daquilo. Mas, eu realmente acho que ao longo da nossa vida, se formos sinceros, veremos pouquíssimas coisas (ou talvez nenhuma) que, do fundo do nosso coração, a gente sinta que quer mais que qualquer pessoa no mundo queira.

Então, minha reflexão não tem o objetivo de inspirar um “agora vá lá e queira algo mais que todo mundo!”. Não. Isso não se cobra, não se muda simplesmente porque me falaram. A reflexão aqui é sobre sermos honestos com nós mesmos, para que nossas expectativas e cobranças estejam sempre bem dosadas. Porque talvez você se frustre e se sinta mal por não ter chegado a CEO e ficado rico – e você queria isso, mesmo! Mas, se você parar para refletir de forma honesta, talvez reconheça que você não queria “mais que qualquer pessoa no mundo”, porque se quisesse, tinha feito muito mais do que fez e do que os outros fizeram, tinha canalizado toda sua energia, tempo e suor, nesse objetivo.

E quando entendermos que, na verdade, “eu nem queria taaaaanto assim quanto imaginava”, posso valorizar e me orgulhar daquilo que conquistei e ver que possivelmente tive várias outras coisas no caminho, que só pude ter por não ter me dedicado tanto assim àquilo. Exemplo: não sou um rico CEO como eu queria, mas tenho um bom emprego, aproveitei o tempo com meus filhos, cuidei da minha saúde, não abri mão do descanso, nem de eventos importantes.

Bom, enquanto eu queria mais que todo mundo ser um grande Headhunter, eu também queria muito ser ótimo em cima de um skate longboard. Mas, após anos andando, eu definitivamente não sou. Já me senti mal por não ter a capacidade de descer as estradas colina abaixo, nas belas serras a caminho da minha chácara em Ouro Preto, que eu idealizava. Mas, hoje vejo que ando proporcionalmente ao tanto que na verdade eu me dediquei, que é – por sua vez – proporcional ao tanto que eu realmente quis (na verdade mais verdadeira).

Então, hoje eu consigo me orgulhar de conseguir andar no meu long nas ruas planas, no máximo levemente inclinadas do meu bairro, curtindo a brisa, ciente de que se eu quisesse mais do que qualquer pessoa no mundo, eu provavelmente estaria em ladeiras muito mais emocionantes por aí.

Agora seja MUITO honesto com você, pare e se pergunte: dentre todas as milhares de coisas que já quis na minha vida, o que eu realmente senti que queria/quero, mais do que qualquer pessoa nesse mundo queira? Será que eu realmente quero, mais do que qualquer pessoa no mudo, aquele alto cargo na minha empresa (por exemplo)?

Ah, e se você não encontrar nada, não se preocupe, tá tudo bem! É completamente normal e o mais comum. Mesmo assim é possível conquistarmos objetivos e até nos destacarmos em algo, apesar de não termos desejado aquilo mais que todos no mundo. Mas eu acho que para aqueles que verdadeiramente sentem isso em algum momento, as coisas acabam acontecendo em uma proporção bem maior, do que para os outros que também quiseram, mas não mais que o mundo inteiro.

Finalizo com um ponto muito IMPORTANTE: não é uma ciência exata e, como dizia minha mãe, querer não é poder! Esse querer mais que todos e toda essa dedicação a algo, também implica em risco de uma frustração bem maior, caso você não conquiste. Esteja preparado.

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